Guilherme Stanford já era pai de uma menina - Maria Eduarda Dantas, com
3 anos de idade, à época - quando Lucas Manoel nasceu. Quando ele tinha
3 meses de vida, percebeu-se a ausência de algumas respostas motoras e,
depois da investigação, veio o diagnóstico: Lucas nasceu com paralisia
cerebral. Só que esse pai não mediu esforços para auxiliar o filho a
crescer saudável e feliz, decidindo fazer cursos e especializações que
facilitariam a compreensão e auxiliariam a lidar com o diagnóstico.
Hoje, Maria Eduarda já tem 22 anos e se formou em psicologia
recentemente. Lucas tem 19 anos de idade. O pai, que na época do
nascimento dos filhos já era professor de biologia, se especializou em
educação inclusiva quando Lucas tinha 5 anos. Três anos depois,
ingressou na graduação de psicologia, fazendo posteriormente
especialização em terapia cognitivo-comportamental.
Num primeiro momento, Guilherme conta que o sentimento foi de receio,
mas que depois ele e a família precisaram agir. "Após o nascimento, no
terceiro mês foi detectado a ausência de algumas respostas motoras pela
pediatra. A reação inicial da família foi de receio sobre o futuro e
confusão para querer entender. Posteriormente, resiliência e, depois,
disposição para agir a favor dele".
Dividido entre a sala de aula de biologia do ensino médio, as aulas de
psicologia no ensino superior e o consultório de atendimentos, Guilherme
ainda encontra tempo de sobra para se dedicar como pai, apoiando Maria
Eduarda nos seus projetos de vida, e entendendo, respeitando e
contribuindo para o desenvolvimento de Lucas.
Os cursos o ajudaram a compreender os processos de desenvolvimento
cognitivo e comportamental de Lucas. Guilherme diz ter ganhado mais do
que conhecimento, mas sim um verdadeiro presente.
"Procurei o curso de educação inclusiva e de psicologia como um projeto
inicial para compreender os processos de desenvolvimento cognitivo e
comportamental do meu filho e apoiá-lo. Hoje a psicologia faz parte da
minha vida e da minha rotina. Fui presentear meu filho e acabei
recebendo dois presentes: uma melhor compreensão da representação humana
no amor e no cuidado e um conhecimento enorme sobre o mundo da
psicologia e educação inclusiva que me alimenta todos os dias", contou.
Apesar de reconhecer que não dá para atuar enquanto psicólogo dentro de
casa, Guilherme carrega consigo a certeza de que suas escolhas
profissionais fazem com que haja mais autonomia e qualidade de vida na
sua família.
"Não atuo como psicólogo em casa. Não é possível, pois existe processos
emocionais e pessoais que impedem essa atuação. O curso que fiz para
auxiliar Lucas foi o de educação inclusiva.
Contudo o curso de
psicologia me ajudou a entender processos comportamentais e cognitivos
que ocorrem nele e abriu minha visão para ir em busca de atividades que
melhorassem a autonomia e a qualidade de vida dele e da família", disse.
Com a ajuda da esposa e mãe dos jovens, Rosa Angélica, Guilherme se
tornou dia após dia um pai mais forte, mais resiliente e mais disposto a
lutar pela qualidade de vida e pela compreensão dos filhos.
Rosa abriu mão do trabalho para cuidar de Lucas e da família. Por
considerar uma decisão importante a ser tomada, Guilherme procurou os
cursos e isso mudou a realidade da família deles. No tratamento de
Lucas, todos os profissionais afirmam o quanto ele tem boas evoluções e
isso é fruto de movimentos psicopedagógicos adotados por eles,
diferentes das outras famílias.
"Minha esposa largou mão do emprego e ficou próximo a ele. O que eu
aprendi no curso de educação inclusiva foi o que nos ajudou. Ter
estudado mais sobre isso me fez ter mais consciência, abriu os
horizontes. Mas nada disso foi maior do que as barreiras que nós
quebramos. Com isso, os resultados que temos são sempre a melhor
evolução possível, pois o cuidar, o amor generoso, o querer ver que o
outro vença, fez toda a diferença e Lucas é cheio de incentivos e de
vontade própria para sempre dar um passo a mais", mencionou.
Para Maria Eduarda, o pai é sinônimo de exemplo, inspiração e
sabedoria. Ela afirmou que o pai é o ponto chave da família e que é
impossível não se emocionar quando pensa no tanto que ele significa para
ela.
"É inspirador ver o quanto ele trabalha três turnos e ainda tem tempo
de se dedicar à família. Cada segundo que passamos com ele podemos
desfrutar da sabedoria e da humildade dele em saber tanto e ao mesmo
tempo estar disposto a aprender sempre mais. Não tenho o que questionar
quanto a nossa família, pois nos é dado todo suporte mais do que
necessário para mantermos uma vida feliz, saudável, e acima de tudo com
muito amor e meu pai é ponto chave para nossa família", afirmou.
*Sob supervisão de Krys Carneiro
G1PB
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